segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Recordar é viver...






Há cerca de 4 anos, quando me deslocava para o emprego, alguns minutos depois das 13 horas, estava eu na Estação Ferroviária da Fertagus, nos Foros de Amora, fui abordado por duas pessoas, uma das quais minha conhecida. Começámos a falar de futebol e, como palavra, puxa palavra, a outra pessoa interroga-me:



- É pá, não estiveste na Guiné?
- Estive, respondi-lhe.
- Em Bambadinca?
- Sim.
- Não eras Furriel?
- Era
- Então não te lembras de mim?
- É pá, assim à primeira vista, não.
- Sou o Viegas, "o Bolinhas", tratava do gelo.
Depois, de algum exercício de memória, lá se acendeu uma luz...
- Ah! Já estou a ver. Então, o que é que fazes aqui?
- Moro na Cruz de Pau. Já aqui ao tempo te tinha visto, mas fiquei com dúvidas se eras tu.

É claro que ficámos extremamente satisfeitos por nos termos encontrado e o caso não era para menos, pois já tinham passado 30 anos. Falámos sobre algumas situações e interrogámo-nos sobre se algum de nós já se tinha encontrado com alguém que também lá estivera e, como se costuma dizer, da conversa nasceu a luz. Neste caso, a ideia de organizar um encontro-convívio para recordarmos e revivermos alguns dos momentos por lá passados.
Incentivado pela minha mulher, que também lá esteve comigo, não perdi tempo e meti mãos à obra, com a noção de que não iria ser fácil. É que 30 anos não são 30 dias...

Comecei a delinear a estratégia, e, a primeira ideia que me surgiu, foi pedir a publicação de um pequeno anúncio no Correio da Manhã e outro no Jornal de Notícias. O, então, Capitão Roque foi o primeiro a contactar-me, depois o Silva, de Famalicão,,, e muitos fotógrafos a manifestarem a sua disponibilidade para fazerem a reportagem do encontro.
- Oh, amigo, nesta altura ainda não sei se vai haver encontro. Estou apenas a fazer os primeiros contactos, disse-lhe.
- Então, o que é que já fez, perguntou-me.
- Meti dois anúncios no jornal
- Porque é que não pede uma lista do pessoal ao Quartel onde formaram Batalhão, eles costumam facultá-la nestes casos.

Pois é. Foi isso mesmo que fiz. Telefonei para Beja (local para onde a documentação transitou devido à extinção do RI16, em Évora) e falei com o Oficial de Dia que sugeriu que escrevesse uma carta ao comandante justificando o pedido. Cerca de um mês depois recebi a lista de pessoal que continha o nome e a morada, mas a morada de há 30 anos atrás. Para superar este obstáculo recorri à Internet e a coisa começou a ganhar forma...
Telefonema para aqui, telefonema para ali, muita alegria, muita expectativa, muita admiração e sobretudo muito trabalho, mas valeu a pena... porque passado algum tempo o 1.º encontro era uma realidade.

O local escolhido foi o Restaurante Manuel Júlio, em Santa Luzia, na Mealhada, e nele participaram 65 pessoas.

1.º ALMOÇO-CONVÍVIO DOS EX-MILITARES DA CCS DO BCAÇ4616

José Pina (Amora), Viegas (Amora), Manuel Ramalho (V. Franca Xira), Aurélio Pinheiro (Ronfe – Guimarães), Soares (Porto), Afonso (Porto), Filipe (Lisboa), Castro (Riba de Ave), Cap. Roque (Castelo Branco), Manuel Cordeiro de Almeida (Arcozelo – Barcelos), José Maria Gonçalves Silva (Ribeirão - Famalicão), Carlos Pinto da Costa (Nine – Famalicão), Joaquim Rocha Neves (Porto), Germano Candeias (Olival de Basto), Nelson Costa (Sever do Vouga), Valdemar Silva (Silva Escura), Hélder Sequeira (Olhão), José António Prieto Soares (Porto Salvo), Alberto Recto (Évora), João Caraça (Évora), Joaquim Charrua (Évora), Silvestre Dias (S. Brás de Alportel), Luís Filipe Carriço Augusto (Setúbal), António Afonso (Setúbal), Álvaro Galvão Lopes (Alcácer do Sal), Vítor Rosado (Portel), António Joaquim Bernardino (Almodôvar), José Martinho Santos Pinheiro (Agualva – Cacém).







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